tag:blogger.com,1999:blog-12747270285728417762024-02-21T00:36:44.620-08:00Fel LiterárioDo pó vieste. Pela palavra, tornara-te humano.
Volte para a terra, ou imortaliza-te.Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-72275536676727629662014-09-14T15:20:00.002-07:002014-09-14T15:20:58.704-07:00Indisciplina em sala de aula.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Conta uma
antiga fábula, que se você, em meio aos seus problemas, tiver que conviver por
um período de tempo com um bode em sua sala, todos os seus problemas ficariam
em segundo plano. Todas as atenções seriam dadas ao inconveniente causado pelo
bode, assim, ao retirar o animal, seria um grande alívio e uma sensação de
felicidade, mesmo que as contas continuem atrasando, que o filho vá mal na
escola e o casamento fracassado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tal qual na
fábula, hoje na escola nós temos um grande bode habitando nossas salas de aula.
É um bode chamado indisciplina; um monstro que criamos e que repentinamente
passou a ser o único problema da educação. A tal da indisciplina parece estar
impedindo os professores de colocar em prática os anos de sua excelente
formação acadêmica e seus longos planejamentos de aula. A indisciplina deve ser
combatida, pois se não fosse por ela, tudo aconteceria sem demais problemas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Nenhum
professor dos ensinos fundamental e médio seria louco a ponto de afirmar que os
alunos são sempre receptivos e a bendita indisciplina não exista. As turmas são
agitadas e no setor público, lotadas. Não é esse o ponto, aqui. O que eu coloco
em questão são as soluções. Falamos da sala de aula, como se seu propósito
terminasse em si mesma, ou seja, como se o sucesso de uma aula fosse... A aula
funcionar, dentro de moldes que julgamos serem os ideais: alunos quietos
escutando o professor; mas uma aula (nem deveria ser lembrado) não deve ser só
isso. Uma aula é o momento onde o aluno é instigado a utilizar as formas já consagradas
do pensamento humano (história, artes, matemática, biologia...) para aprender a
interagir e, principalmente, intervir no mundo à sua volta. Para isso, claro,
precisamos de disciplina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Acontece, que
silenciar alunos não é o mesmo que discipliná-los. Disciplina é uma virtude que
ajuda a trabalhar de forma eficiente e compenetrada (o que não quer dizer
silenciosa), buscando objetivos específicos e autossuperação. A outra forma de
disciplina, aquela dos alunos em fila, em silêncio perante um professor
satisfeito de si, não nos leva, necessariamente ao outro conceito de disciplina
- a ativa e produtiva. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Todas as
soluções que pensamos eficazes ainda passam por alunos homogeneizados passivos
em suas cadeiras e dependentes de uma figura central que lhes dá, como uma ave
aos seus filhotes, conhecimento mastigado e sem gosto. E quanto mais problemas
de mil naturezas impedem nosso trabalho, mais e mais estamos falando que a
culpa é do aluno indisciplinado. Como se fossem, eles, os bodes que atrapalham
a plenitude do esforço docente. Por outro lado, nossas “turmas modelo” são
espaços de tédio e falta de criatividade, mas se eles estão quietos, então tudo
caminha bem, posto que nosso único parâmetro de comparação é uma prova feita
pelo professor, para se medir o quanto os cérebros dos alunos foram capazes de enraizar
aquilo que o professor falou. É claro, que o aluno quieto vai tirar dez, mas
será que aquele conhecimento nota dez, realmente, é um conhecimento gerador de
sentidos? Será que ele pode ajudar o aluno a enfrentar situações do cotidiano?
Desafio os professores de biologia a ver se os alunos lavam as mãos depois de
uma aula sobre micróbios e desafio os professores de história a conversar com
seus alunos “nota dez”, sobre democracia e direitos humanos.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Voltando à
questão da disciplina. A ordem militar funciona bem nas escolas militares, pois
ela é pensada para tal, entretanto, aposto que este não é o único propósito da
educação fardada. Eles sabem que a disciplina não termina em si, como querem
nossos desesperados inspetores de corredor e aqueles que têm proposto a
influência do comportamento militar nas escolas. É sabido, que vivemos em
tempos difíceis nas salas de aulas. Mas é sabido, também, que nossos problemas
são muito mais complexos do que parecem, sendo assim, focar a questão na
disciplina é querer tirar o bode da sala e querer alunos silenciosos que nos
permitam educa-los como se estivéssemos em 1930. <o:p></o:p></div>
Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-27181882981907284512014-06-29T19:50:00.002-07:002014-06-29T19:50:44.318-07:00Sobre imagens e ofícios. <span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Em nosso cotidiano, naturalizamos várias coisas que deveríamos tomar por nocivas. Uma delas diz respeito à profissão e à forma como nos vemos. </span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Certa vez, propositalmente, perguntei para uma aluna: sua mãe é o quê?. Era me respondeu: pedagoga. Prontamente respondi: a minha é bonita. Como minha réplica causou estranheza, lancei o questionamento: por que quando perguntamos se alguém é algo, a resposta é pronta e logo diz respeito ao ofício?</span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Além de pensarmos em nossos ofícios como algo tão importante, ao ponto de sempre sermos professores, arquitetos, seguranças; temos um outro hábito, um tanto estranho: aprendemos a confundir nossos trabalhos com as imagens que eles representam. E esse ponto é o mais sério, sobretudo, quando as imagens são cada vez mais representativas em nossa autocompreensão.</span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Não é novidade que as pessoas têm se preocupado mais em fotografar um show, do que contemplar as músicas. Fotografamos a comida, nas exposições, buscamos nosso melhor ângulo junto às obras expostas. Mas e nossa profissão? Onde entra nesse construir de imagens? Há muito, já se discute que as profissões poderiam ser formas de materializarmos nosso talento em busca do bem comum, enquanto se tornaram meros mecanismos de consumo ou se subsistência. Agora, vivemos em uma era onde os ofícios têm se resumido à sua possibilidade estéticas. </span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Ser advogado é sinônimo de um escritório com nome na porta, terno combinando com mochila e chopp às 18 horas, na calçada; Médicos viraram pessoas com letras indecifráveis, consultório e certezas; professores são santos dignos de todo respeito e admiração, pessoas abnegadas e construtoras do amanhã... Perdemos a dimensão do ofício como contribuição física, intelectual e material. Não é muito raro, um médico que só repita receitas e venha a se irritar, se por um acaso, o paciente não coma carne, ou não receba sangue. Se for alérgico à dada medicação, pobre coitado! Afinal, para que vamos nos preocupar em emprestar nosso conhecimento à diversidades humanas, se podemos condensá-los em um paciente idealizado e homogêneo. Em meu consultório, eu digo que é o paciente e como ele deve ser! </span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Quantos adolescentes não sonham com a faculdade de direito e todo charme que ela oferece, desde os tempos quando jovens abastados largavam os mosquitos tropicais para representarem suas aristocráticas famílias em Lisboa ou Paris. Ora, hei de ser um advogado, um homem de leis e ternos bonitos. Deram-me, até, uma honraria acadêmica justificada por palavras do próprio Imperador. Não há no mundo imagem mais bela do que a de um professor. Ainda que seu esforço intelectual seja restrito às apostilas de concursos, que ele se restrinja a ler o livro feito para seus alunos e que sempre tenha como recurso para os seus fracassos, culpabilizar aquele que menos pode se defender, ele é o abnegado construtor de países e futuros, merecedor das mais nobres honrarias. Salário digno, nem pensar. Quem o tem é mercenário!</span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> O que esses casos extremos têm em comum? A imagem. São pessoas que se constroem por e para um aparato estético que justifique a forma como ele se vê no mundo. O esforço intelectual foi trocado pela construção de possibilidades estéticas que viabilizem os discursos e legitimem um posto social. “Você quer saber mais do que eu? Eu sou professor (advogado, escritor, filósofo, jornalista), ora bolas”. Mas para que isso funcione, eu vou me valer dos mecanismos aprendidos ao longo de minha formação? Não preciso, pois se lutamos a cada dia para construir imagens que nos situem no mundo, seria injusto ainda ter que me preocupar com aprofundamentos teóricos e reflexões diárias acerca de minha prática profissional.”</span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Penso que, partindo desse ponto, podemos ir um pouco além e pensarmos nas provas. O que são as provas, senão legitimações intelectuais que se restringem a si mesmas? Não que não sejam valorosas. Elas têm, sim, o seu valor. Mas elas podem não ter valor algum, se forem só uma forma de legitimar o jovem postulante a uma profissão e o esforço didático de seu professor. Então, estaríamos transformando nossas universidades em fábricas de pessoas que exercem profissões com uma dada chancela que tende a ser definitiva e inconteste.</span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Mas podemos ir um pouco mais longe. Podemos pensar na imagem que criamos de um bom aluno e todo aparato estético que o cerca. Ele tira 100 acertando questões que dizem pouco ou nada para ele, e ele sabe que não precisa se aprofundar em dado assunto, pois é esperto o bastante para saber o caminho da nota máxima. A imagem de um bom aluno é de alguém que aprendeu que Chico Buarque cabe no capítulo sobre ditadura, mas não para pensar no quanto deve ser triste um barco descrever lentamente um arco e não atracar no cais. Sabe Deus o que deve ser o revés de um parto. A imagem de um bom aluno é o que contextualiza Monteiro Lobato, mas pouco se prende a rir de seus personagens, não sabe que Drummond já falou sobre guerras. A imagem de um bom aluno é o arquétipo da negação do todo, pela valorização da superfície, posto que é imagem. </span><br class="yiv8500720761" clear="none" style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" /><span style="background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;"> Então, o ator que não gosta de teatro, o poeta que vai ao sarau só para divulgar seus livros, o professor que não lê... São quadros em duas dimensões pintados à muitas mãos.</span>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-63789686113671018242013-05-04T22:24:00.000-07:002013-05-04T22:27:30.926-07:00Sorrisoquem não viu o riso que a menina trazia no rosto<br />
não viu que havia um...<br />
<br />
não viu que havia...<br />
<br />
<br />
não viu que...<br />
<br />
não viu...<br />
<br />
não...<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
não viu que um sorriso se basta.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-5511433913460050702013-04-28T20:01:00.001-07:002013-04-28T20:01:19.760-07:00Proposta de utilização do filme "Uma vida iluminada" em sala de aula<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<br /></div>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: Calibri;"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Introdução<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A proposta a seguir trata da
utilização do filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Uma Vida Iluminada</i>
(2005;<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Liev Schreiber) como aula
inaugural em turmas de história, podendo ser utilizado com alunos do oitavo ano
do ensino fundamental, em diante.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Existe um grande desafio para o professor de história e abordar questões
com seus alunos, que fazem parte do cotidiano do historiador: qual o sentido da
história, e qual a razão de alunos tão novos terem que se identificar com um
passado que lhes parece tão distante. Existe uma razão, senão um acúmulo de
fatos passados, que justifique o tempo de seus dias dedicados à tal disciplina?<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não se pode ignorar que existe
certa legitimidade na recusa dos alunos em se motivar, ou o certo vazio que
eles sentem ao se sentirem tão distantes das razões pelas quais eles são
confrontados com o passado histórico, posto que a própria definição do trabalho
do historiador não é algo tão nítido para boa parte daqueles que não vivem o
cotidiano das ciências humanas.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Preocupado com a concorrência
que os filmes e demais formas de resgate do passado oferecem ao historiador,
Roger Chartier afirma que o conhecimento produzido pelo historiador não é mais
do que uma das formas de se relacionar com o passado. Assume, também, que
memórias ou filmes podem ser mais poderosos, nesse sentido, do que os próprios
livros didáticos. Buscando diferenciar o âmbito da memória e da história,
apresenta como uma possibilidade, o fato de <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt 7cm;">
“à imediata
fidelidade (ou suposta fidelidade) da memória, opõe-se a intenção de verdade da
história, baseada no processamento dos documentos, que são vestígios do
passado, e nos modelos de inteligibilidade que constroem sua interpretação”
(CHARTIER; 2007)<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt 7cm;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nesse
sentido, a utilização de um filme pode, a princípio, levar o aluno a questionar
o ambiente da memória e da história, enquanto condições distintas do resgate do
passado, mas indissociáveis em seu processo. O filme aqui não seria uma
tentativa de recontar o passado, mas de compreensão das formas como o passado
pode ser apreendido por quem se debruça sobre ele e, de que maneira, cada
interpretação pode se transformar em um objeto de interesse da história.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em
outro momento, estabelece a diferença ente memória e história, situando a
primeira em um plano pertinente às exigências existenciais das comunidades. A
segunda, se estabelece como um saber aceitável e científico (CHARTIER; 2007).<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Simplesmente, tratando de
filmes, sob uma perspectiva mais ampla não podemos considerá-los, como também
afirma Chartier, uma informação sobre o real, sem poder requerer a posição de
descrição dessa mesma realidade. Ao tratar, especificamente do filme escolhido
para este trabalho, temos duas dimensões distintas a ser exploradas: a
primeira, a do filme como um relato de um acontecimento histórico, no caso, uma
ocupação nazista; na segunda possibilidade, já estamos dentro do roteiro do
filme e podemos abordar a memória, enquanto resgate de um passado e o próprio
processo de funcionamento dessas “exigências existenciais”. É importante
ressaltar que para alunos mais novos, o conceito de memória e de história são
flexíveis ao ponto de se misturarem e se confundirem até chegar a significar a
mesma coisa, então, o alcance de um processo dito científico no trato da
história não deve ser sobreposto ao entendimento “do que é memória”. Estudar e
entender os processos de definição e atuação do campo da memória, seja quando é
agente significador de culturas, seja quando é projetada em meio a uma cultura
formadora de senso comum e, portanto, capaz de agir sobre sua própria
transmissão; é tão pertinente quanto a própria análise documental da história.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A primeira dimensão não se fará
tão relevante, pois não é do que se trata a escolha do filme, como estratégia
de ensino, mas à segunda, será dada uma atenção especial na própria análise do
filme, que será vista à diante.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A mistura entre as possibilidades
do filme e da memória se fazem presente ainda, no questionamento acerca das
possibilidades que Robert A. Rosenstone apresenta ao filme histórico, pois a
representação de um fato histórico em um filme é tão problemática quanto a
própria representação da história, pois sempre o passado pode ser substituído
por uma versão, ou por alguma projeção de como ele poderia ter sido
(ROSENSTONE; ). Então, novamente, nosso objeto aqui trabalhado pode cair nesse
dilema, em suas passagens que falam da guerra; bem como, à memória dada aos
personagens também incidirá os mesmos questionamentos.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É importante o aluno se sinta à
vontade para apreender do filme, conclusões que lhes sejam pertinentes e que
suas idades e estágios de desenvolvimento escolar sejam respeitados na hora de
um possível debate ou da inserção das possibilidades do filme na comunicação
com outras partes e momentos do desenvolvimento do aprendizado da história. A
ideia inicial é que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Uma Vida Iluminada </i>possa
ser revisitado em vários momentos do ensino dos temas referentes à idade
escolar do aluno, mas os pontos aqui tidos como possíveis de serem trabalhados
não devem ganhar status de “matéria” escolar, sim, serem vistos como potenciais
pontos de partida para que os alunos possam, à sua maneira, relacionar filme e
livro didático.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De acordo com Roger Odin, o
público nem sempre vai reagir com o filme, na perspectiva pretendida. Se tal
observação cabe ao próprio roteiro, ela é pertinente ao professor, que faz uma
apropriação didática da linguagem fílmica e corre o risco de não ser
correspondido em sua ideia inicial.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Públicos diferentes reagirão de
formas diferentes ao texto que lhes é apresentado. O que se, por um lado pode
parecer uma dificuldade posta aos objetivos da aula, por outro se faz uma possibilidade
de traçar caminhos que demonstrem aspectos sobre a relação do aluno com o tema
proposto.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
O Filme:<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Uma Vida
Iluminada é um filme que oscila entre o drama, a representação histórica e a
comédia. Seus personagens são muito bem delineados, em cenas que os constroem e
oferecem ao espectador muito mais do que meras descrições acerca de seu caráter
e de seus dramas. As falas, a bela fotografia e a trilha sonora em perfeita
harmonia com a série de acontecimentos que marcam a narrativa são mais
elementos no filme, pois se fazem potenciais significantes para a compreensão e
apreensão de todas as possibilidades que vão construir os personagens e oferecer
elementos que possibilitam acompanhar suas evoluções ao longo da trama.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As primeiras sequências do filme
mostram um painel com memórias de família e um narrador marcado pelo uso da
primeira pessoa, mesmo sem ainda ter sido “apresentado” à trama. Aparentemente,
o narrador se apresenta distanciado da história que se apresenta no painel,
pois fala de Judeus (que a associação entre a narração e a sequência de imagens
faz parecer ser a família ali representada) de forma irônica. Vale a atenção do
professor para essa primeira sequência, pois pode ser o início de uma discussão
acerca do preconceito que costuma-se ter com culturas por nós desconhecidas ou
ignoradas, assim, tem-se o primeiro ponto para o debate sobre a dimensão da
própria História, enquanto disciplina escolar.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na sequência seguinte, o
narrador já tem um rosto e segue escrevendo o que parece ser um livro ou um
diário (no decorrer do filme, percebe-se que seus escritos compõem um livro ou
algo no mesmo formato). O ponto mais importante da sequência, para o que se
espera apresentar neste trabalho é sua fala a respeito de não entender o fato
de os judeus se preocuparem com o passado, fato que para ele, não fazia, até
então, sentido. Em sua perspectiva, o passado não é relevante. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ironicamente, o narrador – Alex
– é a terceira geração de uma família que tem por atividade comercial, uma
agência de turismo especializada em guiar judeus em na busca de suas origens,
sobretudo, quando se tratam de famílias que buscaram refúgio em outros países,
por conta da segunda grande guerra. Os questionamentos de Alex, acerca da busca
pelo passado são mais do que facilitadores do debate acerca da própria
importância da investigação histórica como possibilidade de autocompreensão e
da perspectiva da nossa disciplina como uma ciência que muito se vale do
passado para explicar o presente.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Jonathan é o colecionador, um
judeu que centralizará as ações do filme. No plano temporal, é a partir de sua
chegada à Ucrânia e do encontro com Alex e seu avô, o cômico guia cego que além
de ser o motorista da expedição, é marcado por seu mau humor e aparente
antissemitismo. No plano da construção psicológica dos personagens, são suas
descobertas que significarão os novos (ou nem tão novos) conhecimentos que determinarão
mudanças significativas na autocompreensão dos outros dois personagens.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O lado cômico de Jonathan fica
por conta de ser um colecionador compulsivo e indiscriminado. O painel
apresentado no início do filme é, nitidamente, o resultado alguns anos de
cultivo do hábito e o apego especial por objetos relacionados a sua família.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O encontro entre o Judeu
americano e os inusitados guias acontece depois de uma cômica recepção
improvisada, quando Alex tenta fazer com que uma pequena banda de artistas de
rua, que se apresentava na estação de trem, receba seu cliente ao som do hino
dos EUA. A partir daí, elementos cômicos e dramáticos darão a tônica de um
choque cultural manifestado pela dificuldade de Alex com a língua inglesa, pelo
estranhamento em relação a algumas particularidades de Jonathan e pela
insistência do americano em se valer de seu guia turístico para se relacionar
com pessoas que apareciam em seu caminho. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em sala de aula, os elementos
cômicos e dramáticos podem ser usados como uma espécie de termômetro, pois a
reação dos alunos pode apontar uma série de possibilidades no campo de suas
afetividades, assim, possibilitando que a análise fílmica e o objeto da aula
não se tornem “maçantes” ou os deixem dispersos.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Boa parte do filme se dá em uma
estrada e em algumas eventuais paradas para informações ou hospedagem. Existe
um fato interessante acerca da própria estrada, que não pode ser negligenciado.
Em um dado momento da viagem, os três saem de uma via movimentada e entram em
uma auto estrada, onde, na maior parte do tempo, o carro da empresa de turismo
anda sem a companhia de outros veículos. No final do filme, ao saírem da autoestrada
e entrarem novamente em perímetro urbano, os três personagens entram em uma via
bastante movimentada e o plano escolhido para a filmagem mostra o carro, de
cima, se misturando aos demais e “voltando à rotina” da cidade. É interessante
que a entrada e a saída podem servir de alegorias para a própria jornada de
pesquisa ou de conhecimento, pois o resgate do passado pode ser visto como a
entrada nessa estrada e a mudança de cenários detectada na saída, sobretudo por
personagens tão modificados por suas jornadas ao seu passado, representa um
retorno ao cotidiano, ao mundo das relações do indivíduo, mas dessa vez,
acrescido de uma gama de memórias e conhecimentos que serão ali
reexperimentados nessas mesmas relações habituais. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A estrada, marcada por uma bela
fotografia e pela quase ausência de outras relações, senão as que ocorrem
dentro do carro, é quase a perfeita alegoria do mergulho no passado e no
autoconhecimento. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O objetivo da jornada é uma vila
chamada Trachimbrod e a dificuldade está no fato de as poucas pessoas as quais
as informações são pedidas desconhecerem tal vila. Existe na busca, uma relação
que se coloca cada vez mais intensa entre os personagens. A tensão nos momentos
mais complicados da viagem mostra uma relação de cumplicidade, mas ao mesmo
tempo, conflituosa. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A busca que justifica a
empreitada dos três personagens tem seu início com uma fotografia, um adereço e
um depoimento feito em leito de morte. A partir daí, juntando os personagens,
como são descritos e a própria estrada, podem ser comparados, em uma
perspectiva própria para a sala de aula, com o trabalho que o historiador tem
quando se depara com um dado objeto ou documento que se faz fonte histórica.
Nesse exercício, pode-se trabalhar a ideia de uma fonte histórica que não “fala”
por si só. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Existe ao longo da trama uma
série de falas e diálogos que podem ser problematizados pelo professor. Um
deles se dá no momento em que ao se dirigirem a um garoto em busca de
informação, o pequeno<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>inicia o seguinte
diálogo:<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
- O que é Trachimbrod?<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
- Só um lugar
que procuramos.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
-Se não tem nada
lá, por que estão procurando?<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O menino encontrado à beira da
estrada não percebe a importância de uma busca, pois a princípio, se não existe
uma objetividade aparente, nada acaba justificando uma busca.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro diálogo digno de nota
ocorre entre Alex e Jonathan, quando o primeiro questiona o hábito do segundo
de coletar objetos e revesti-los em um pequeno saco plástico (semelhantes ao
usado na sequência onde a coleção é apresentada ao público). A resposta de
Jonathan tem um ar de uma conclusão recente e pouco solidificada: “talvez por
medo de esquecer”.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A primeira sequência aqui
destacada pode ser trabalhada em seu sentido mais óbvio, que é como ponto de
partida para o mesmo conhecimento, mas dessa vez, tangenciando o próprio
aprendizado da história, como algo que não pode ser submetido a uma lógica de
simples funcionalidade superficial, pois todas as descobertas feitas ao longo
do filme, também não estiveram sujeitas a essa mesma funcionalidade. O segundo
fragmento é mais representativo, pois o Personagem Jonathan ao final da trama,
se desfaz de dois objetos pessoais e de punhados de terra que coleta quando a
viagem chega ao fim. O momento em que Jonathan distribui os objetos é tão
marcante emocionalmente, que vale a pena incentivar um debate sobre o que
poderia ter feito um colecionador inveterado a abrir mão de tantos objetos
significativos para si. Possivelmente, aqui, pode-se ter um bom termômetro
sobre a atividade com o filme.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A jornada em busca de
Trachimbrod segue e o personagem do avô de Alex começa a viver uma virada na
trama, o lado cômico de velho rabugento vai dando lugar ao personagem mais
dramático, marcado por tomadas de câmera que o isolam mais em meio a paisagem e
uma trilha sonora mais compatível com a reflexão do que com o comportamento
explosivo. Como se fosse passar uma mensagem ao espectador, seus movimentos são
mais surpreendentes, seus gestos mais lentos e a forma como ele se relaciona
com o ambiente dão pistas de uma quase misteriosa familiaridade, que virá a ser
revelada.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando se depara com algumas
ruínas, o ancião tem seu rosto em primeiro plano na imagem e o seu olhar é a
melhor forma de perceber que existe, ali, uma relação com o ambiente. O
contraplano, marcado pelo “achado” é contemplado como se significasse algo
muito marcante.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As cores vivas da fotografia vão
cedendo lugar para as tomadas em preto e branco enquanto um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">flashback</i> mostra um enfileiramento de
botas militares, pés descalços e calçados mais simples, contrapostos. Quando a
imagem se revela, temos o amadurecimento de um dos personagens e a mudança que
os outros dois personagens principais e o espectador têm do Avô supostamente cego
e supostamente antissemita, que passa a ser mais cortês e mais disposto à
interação com seus companheiros de viagem aos poucos, também revela-se ao
deixar pistas de não ser a primeira vez a estar no lugar onde estavam.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Jonathan partiu
para a Ucrânia buscando um lugar onde encontraria a pessoa que ajudou seu avô a
fugir, buscava saber mais sobre seu passado e concluir a busca iniciada com a
foto e as pistas que tinha, já, nos EUA. O fim da sua busca se dá em um
ambiente de extrema felicidade, em se tratando de fotografia. O carro se
perdendo em meio a uma plantação de girassóis (que trazem sua simbologia para
misturar roteiro e fotografia) e uma casa centralizada com roupas brancas em um
varal.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao buscar a tomada que parte de
um plano horizontal até se tornar aérea, a casa e o varal são emoldurados pela
plantação que se perde em um foco quase infinito e quase homogêneo.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Simultaneamente ao belo diálogo
com a moradora da casa, Alex, enquanto narrador, nomeia seu último parágrafo:
Capítulo 5 – iLUMINAÇÃO.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao perguntar para a senhora que
lava uma peça de roupa branca, onde fica Trachimbrod, Alex recebe uma bela e
misteriosa resposta: “Eu sou Trachimbrod”. À resposta, segue-se uma série de
descobertas sobre fatos terríveis e desencadeamentos de memórias que não podem
ser descritas, senão, pelo nome dado ao capítulo: iluminação.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A sequência virá a descortinar o
mistério iniciado com a mudança de comportamento do avô e o final da busca. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Trachimbrod não existe, senão na
memória de uma sobrevivente do massacre que dizimou o local e seus habitantes;
além de uma placa fincada ao solo à beira de um rio, por isso, muitos pontos
podem ser levantados acerca da memória, da importância da preservação e do
constante resgate do passado.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Novamente com a fotografia em um
outro tom, revela-se a memória do avô, a forma como sobreviveu ao mesmo
massacre e o gesto simbólico de retirar a jaqueta com a estrela de David, gesto
que explica o fato de sua família não conhecer sua ascendência judia.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Uma Vida Iluminada</i>, não só o
passado é explicitado, mas nosso personagem se relaciona com ele,
ressignificando-o e por consequência sendo por ele ressignificado. É o passado
histórico que se faz presente, não só a sequência de fatos ocorridos ganham
importância na narrativa. Por isso, o esforço em se compreender a história e a
apropriação do passado vão se materializar no campo das representações, não na
simples tomada de consciência sobre fatos idos. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Obviamente, não seria interessante interromper o filme a cada observação,
mas alguns pontos devem ser explorados pelo professor, além dos já comentados:<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->A simbologia da coleção de objetos;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->A influência dos EUA na vida de Alex;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->A importância da história para os judeus;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->O porquê da história contada por capítulos;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->O significado do gesto simbólico da jaqueta;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->“Descoberta”<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>do neto pelo avô e do avô pelo neto, resultando em manifestações de
afetividade;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->O significado da foto como ponto de partida da
busca;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Possibilidades de interpretação para o final do
filme, quando atores que passaram pela trama, retornam já em solo americano e
no caminho de Jonathan (pessoas comuns tendo rosto);<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Diferença entre a coleção de Jonathan e a que
caracteriza Trachimbrod;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->A importância da Senhora para Trachimbrod;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Simbologia do girassol;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt 71.4pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Superexposição à luz e a aproximação em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">close</i> no momento onde o Avô se recorda
de seu passado e quando Jonathan sai do aeroporto. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
Ficha técnica: <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
Título original: Everything Is Illuminated;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
Ano: 2005;<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
Língua: Inglês<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
Diretor: Liev Schreiber<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p> </o:p></div>
</span><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
<o:p></o:p></span></div>
</b><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<br /></div>
Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-31077299868696705072013-03-08T19:17:00.001-08:002013-03-08T19:17:19.495-08:00Na prática, a teoria é outra.<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Na prática a teoria é outra ou na prática quem teoriza é
outro? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Qualquer pessoa que se prepara para exercer a docência já se
preocupou em elaborar planos de aula pautados em teorias absorvidas na aula de
didática. Normalmente, tais planos são expostos para uma plateia de estudantes
de graduação acostumados com os objetivos gerais e objetivos específicos da
vida. Normalmente, trazem vídeos, jogos, e várias outras dinâmicas dispostas a
trabalhar possibilidades cognitivas e afetivas dos temas. Toda proposta parte
da superação do atraso das aulas expositivas convencionais e do fracasso do
livro didático como instrumento de ensino. Pensa-se muito em transformar a
história tirando-a do factual e levando para a vida do aluno, como se a
construção do factual e sua seleção enquanto elemento “relevante” para o conhecimento,
não se comunicasse com a própria construção do imaginário que a criança e o
adolescente trazem de suas famílias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas, e aí, como fica tudo isso quando a sala de aula não é
composta por colegas solidários e um professor que quer devolvidas as técnicas
que ele defendeu ao longo do semestre? E quando forem as crianças de 12 ou 13
anos? Universos particulares, únicos e que não aceitam ser homogeneizados? E se
a sala não for mais seu território, mas o território deles? A teoria é outra?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por mais paradoxal que pareça, existem estudantes que vão
ficando experientes em educação e passam a se dedicar à fiscalização da prática
de seus colegas mais velhos. Não que o conhecimento recém-absorvido na
universidade não possa servir de parâmetro para novas orientações sobre o
ensino, nem que o tempo de serviço dos professores em atividade seja sinônimo
de bons ensinamentos para os mais novos, mas o que se ouve dos colegas que
voltam do estágio, beira a covardia, pois é muito fácil aplicar uma bela
atividade em uma turma que não é a “sua turma”, onde você não esteja até o
pescoço atolado com as contradições da educação. É muito fácil poder usar o
tempo que quiser, se não é você quem será cobrado pelo programa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aí acontece que você vai para lá. E aquele livro didático
que você tanto quer superar deve ser usado, pois o pai pagou por ele e ele é o
que vai dar segurança para o aluno. Você vai escutar o aluno perguntando que
horas vai começar a aula, depois de você ter passado 40 minutos explicando como
a história pode fazer parte de sua vida, mesmo, fora da escola. O imaginário
sobre o que é uma aula não se desfaz do dia para a noite. Aí aquela teoria que
foi para o plano de aula, como fica? Ela não cabe na escola da vida real? A
escola onde você tem uma hora e vinte só com uma caneta pilot ou um giz? Cabe e
sempre coube, mas cabe se aquela teoria dos bons tempos da faculdade não for
pensada só de forma pragmática e funcional; cabe se os clichês que os
acadêmicos adoram verbalizar forem acompanhados de uma pergunta muito simples: <b>como</b>? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Revoluções são feitas na prática, ali onde seu tempo para
pensar é pouco e a teoria não é tão redonda quanto parece. Não adianta você ter
a teoria na cabeça, se ela não educar o instinto, se ela não for dialogar com o
aluno. E é nessa relação que o professor é transformador: quando consegue transformar
sem esperar que as condições ideais apareçam como em um passe de mágica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É ali, na contradição diária que a sua teoria deve ser
aplicada e é ali que se pode ver quem pensou na teoria como um instrumento, não
como um joguinho retórico encerrado em si. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pode ser que na prática a teoria seja outra, ou pode ser que
a teoria sempre esteve a exigir outras práticas e o professor só vai perceber
quando ele estiver ali, onde a teoria não se basta e o conforto do “mais do
mesmo” é mais que tentador.<o:p></o:p></div>
Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-58005113587147127882012-10-30T02:51:00.000-07:002012-10-30T03:01:45.453-07:00O TEATRO DA VILA CRUZEIRO OCUPANDO ESPAÇOS FÍSICOS E SIMBÓLICOS. <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que o teatro pode
fazer pelos jovens da Vila Cruzeiro?</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Pergunta um jornalista
ao professor e diretor teatral, Veríssimo Júnior. A resposta nos dá uma dica do
que podemos esperar do grupo Teatro Na laje. Responde o professor: “a melhor
pergunta seria <i>o que os jovens da Vila
Cruzeiro podem oferecer ao teatro?</i>” <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeX1MIc9XJLYhrHfoD5ptcwcaw4vYRltoaCvmcecG4xbQgLqxG9fmC5EPupKegQWCEGRY29tPlx_xbeta_e_oe3C-eIUqcQ1B8pLLUrJjXIWFbTbLapmVUZla2KFdS-V-biVsb4spiD7iM/s1600/teatro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeX1MIc9XJLYhrHfoD5ptcwcaw4vYRltoaCvmcecG4xbQgLqxG9fmC5EPupKegQWCEGRY29tPlx_xbeta_e_oe3C-eIUqcQ1B8pLLUrJjXIWFbTbLapmVUZla2KFdS-V-biVsb4spiD7iM/s400/teatro.jpg" width="400" /></a></div>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-weight: bold;">O espetáculo apresentado na </span><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;">Arena Carioca Dicró possui o nada
sugestivo nome de </span><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; font-weight: normal; line-height: 150%;">"A viagem
da Vila Cruzeiro à Canaã de Ipanema numa página do Facebook". O nome
descrição apresenta todo seu sentido quando a busca por Canaã de Ipanema é acompanhada
por passagens bíblicas que ilustram os registros fotográficos da “Jornada” de
um grupo de jovens até o dia de lazer na praia. A Zona Sul vira Canaã, o
facebook vira narrativa bíblica e os peregrinos passam a ser os heróis de uma
jornada de ressignificações e apropriações estéticas que tomam conta do teatro,
das músicas, da geografia do Rio de Janeiro e têm como ponto de partida, o
corpo.<o:p></o:p></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> A
pesquisadora Adriana Carvalho Lopes, ao estudar o Funk e a criminalização
sofrida por jovens da periferia, aponta os atos de fala como possibilidades
compreensíveis pelo contexto onde estão inseridos existindo, assim, uma
situação em que um ato de fala constrói um ambiente e por ele será construído.
Tudo isso ocorre em uma teia complexa de mútua construção. Citando Butler
Austin, Adriana aponta os atos de fala como elementos irredutíveis a si
próprios, posto que são impregnados de historicidade¹.<o:p></o:p></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> É
nesse ponto, que retomamos a intervenção do professor Veríssimo, pois a
apresentação dos atores da Vila Cruzeiro nos trazem uma infinidade de
intervenções em elementos tão estanques da nossa cultura. Primeiro, a própria ocupação
do teatro e a forma como isso acontece já se transformam em uma forma de ação
sobre um universo cultural repleto de liturgias e significados cristalizados no
imaginário de seus frequentadores: a plateia passiva e receptiva “consumindo”
cultura e aplaudindo na hora de aplaudir, rindo na hora de rir e se vestindo
como convém se vestir. Então, o que a Vila Cruzeiro pode oferecer ao teatro? A
resposta fica no depoimento dado pelo Professor (no facebook, claro):<o:p></o:p></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></h5>
<h5 style="background: white; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal;">“Celebração dionisíaca pura na
noite da última sexta-feira! Jovens de bermuda, tênis e chinelo, (...) adentra
o espaço da Arena Carioca Dicró, naquele momento transformada em SEU espaço,
para ver o grupo de teatro de sua comunidade, o</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal;"> </span></span><a href="http://www.facebook.com/teatrodalaje"><span style="color: windowtext; font-size: 12.0pt; font-weight: normal;">Grupo Teatro da Laje</span></a><span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal;">, se
apresentar. Uma liga firme unia palco e plateia. A plateia alimentava o palco e
o palco alimentava a plateia. A plateia se via no palco e o palco se via na
plateia, num jogo de espelhos excitante, eletrizante e produtivo. A plateia
cantava e dançava com o palco e o palco descia pra cantar e dançar com a
plateia. Gritos, assobios, palmas, urros e comentários dirigidos ao palco
perpassavam o tempo todo a plateia. "Uma plateia má educada e despreparada
para o teatro!", esbravejariam alguns. "Uma plateia que reinventa o
coro dionisíaco, que revigora o teatro, que o faz reviver os melhores tempos do
teatro elizabetano. Uma plateia criada e formada pelo Grupo Teatro da Laje e da
qual ele muito se orgulha!", dizemos nós. EVOÉ, EVOÉ, BACO! VIVA O GRUPO
TEATRO DA LAJE! VIVA A GALERA DA VILA CRUZEIRO!”<o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> </span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> A afirmação do
professor é totalmente condizente com o que vê, na apresentação, um expectador
leigo. A “bagunça” começa com os atores entrando, já cantando e promovendo a
primeira performance da noite. A plateia repleta de jovens como os já descritos
recebe os atores em sintonia com o que acontece no palco. <o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;">O cenário é simples e totalmente utilitário, com isso, o elenco promove
performances que acompanham as músicas, enquanto a plateia acompanha as cenas
que acontecem no palco. Música dançada no palco é música dançada na plateia.
Quando um enaltece seu próprio corpo e beija seu braço em uma irônica auto
exaltação, a plateia assovia e incentiva o narcisismo exagerado e cômico que
presencia. Ao perceber a reação da plateia, nosso narcísico personagem dá lugar
ao ator que lança olhares maliciosos para a plateia em um distanciamento digno
das grandes teorias teatrais.<o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> Assim, segue o
espetáculo... Música, humor e sensualidade em uma crítica social que não se faz
em panfletos ou manifestos, mas na manifestação de corpos, vozes e posturas de
jovens que retratam todos os significados de uma simples (ou não) ida à praia.<o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> São várias as
expressões e representações que o grupo busca em sua performance. A cada
música, uma apropriação diferente de um elemento cultural e uma criação nova,
uma fala nova se refaz. “Nós Vamos Invadir sua Praia”, do Ultraje a Rigor é
mais viva do que nunca, quando interpretada dessa forma. <o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> Num dado momento, uma
obra de Vivaldi se mistura à batida Funk em um grande exemplo de apropriação do
intacto, daquilo que é culturalmente santificado e inconteste. A batida Funk
misturada à obra clássica serve de plano de fundo para que os atores se
manifestem, também, e interajam com o som e, novamente, com a plateia.<o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> A apropriação da
cultura, como afirmou o Professor Veríssimo, não fica no simples gesto do “como
fazer” e do fazer diferente. Não se trata de chegar no teatro e mostrar o que
eles podem fazer, se trata de ocupar o teatro enquanto conceito, enquanto elemento
pulsante e vivo, que transforma jovens, mas é transformado por eles. Como
afirma o professor: <o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal;"> </span></span></h5>
<h5 style="background: white; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; font-weight: normal;">“Aí vou pedir
cola a Walter Benjamin (...): não se contentarem em apenas criar produtos, mas
também meios de produção. Fazerem teatro se perguntando o tempo todo o que é
teatro, ao invés de tomá-lo, como você mesmo diz, como algo estanque,
intocável, etc.”<o:p></o:p></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> </span><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt; font-weight: normal; line-height: 150%;">Quando
questionado sobre a materialização de sua fala na atuação dos atores:</span><span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></h5>
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> </span></span></h5>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
“Na metodologia
usada para a confecção da dramaturgia e do discurso cênico, que procura
valorizar ao máximo o universo simbólico e cultural...</div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
as práticas
cotidianas... transformando-os em signos.</div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
E também no uso dos
jogos de improvisação para deixar emergir deles, de dentro para fora, um acordo
grupal, ao invés... do procedimento da direção impor marcas e movimentos.</div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
A direção tem, sim,
um papel ativo: olha, opina, diz o que tá dando certo, se a comunicação com a
plateia está se efetivando, etc. Também propõe temas para improvisações e</div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
até sugere marcas e
movimentações, mas o critério para que elas sejam usadas é perceber se foram
abraçadas pelo grupo e tornadas orgânicas.”</div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 7.5pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIXt3u3cKFbVF7Xgx3NE6UkoWb5EWGx0-5NoqHRHuPPYhSf7CWmsqVi27ikIyCEPwcD3DPcSr2W03IOcgwkrP2vlKpyWCnEcdfFtCe5tQrzX1orOCgCTTXdmxZFjXbqJhNflW7qyMVaqJ6/s1600/60627_4390039402854_294008216_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIXt3u3cKFbVF7Xgx3NE6UkoWb5EWGx0-5NoqHRHuPPYhSf7CWmsqVi27ikIyCEPwcD3DPcSr2W03IOcgwkrP2vlKpyWCnEcdfFtCe5tQrzX1orOCgCTTXdmxZFjXbqJhNflW7qyMVaqJ6/s320/60627_4390039402854_294008216_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 7.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
É do universo simbólico e cultural que sai o bem mais valioso
do espetáculo. A parte que pode ser lida como um manifesto do corpo, pois se
trata de uma valorização, não da arte como instrumento direto de uma voz
conclamatória em tom de manifesto. Não se trata de “falar” explicitamente de
problemas sociais ou dos abismos sociais existentes na cidade do Rio de
Janeiro. Assim, tanto na Arena Carioca, como em várias manifestações culturais
feitas por jovens da periferia, é a voz que se afirma e é o corpo que busca
espaço. Não importa o que diz a letra, ou se a fala é de protesto. Ocupar o
espaço e fazer sua voz ser ouvida é se impor buscando democratizar, não a só
cultura, mas os meios e o conceito de cultura. </div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 7.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O espetáculo traz a o universo simbólico de quem pega o trem,
de quem trabalha no centro e mora na Vila Cruzeiro. Traz, não para dizer que a
cidade precisa ser democrática, mas para ocupar a cidade e fazê-la democrática,
seja no plano simbólico da Canaã de Ipanema seja na ocupação concreta do teatro
enquanto espaço físico e elemento conceitual.<br />
<br />
1. CARVALHO, Adriana Lopes. “Funk-se quem quiser”: no batidão negro da cidade carioca. Ed. Bom Texto SP2010</div>
<br />
<h5 style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="usercontent"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></span></h5>
Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-1984620266413623422012-08-02T21:18:00.001-07:002012-08-02T21:18:26.072-07:00Eu, pessoa no plural.<br />
<br /><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Hoje, tenho tantos
sentimentos misturados</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> que de tão
misturados não se sabem nem bons e nem ruins</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> suas próprias
existências já fazem tremer o corpo</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">em cada calafrio,
náusea, sorriso, gargalhada doentia...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Enlouqueço</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Meus sentimentos me
dizem: existimos!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Somos sentimentos
potentes e potencializadores, </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">existimos!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não nos queira mal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Existimos fora de sua
vontade,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Simplesmente
existimos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Somos o efervescer amorfo que te dá vida</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Existimos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Por mais que tentes não saber,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Existimos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Existimos para que existas</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não tentes nos dar nomes</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não tentes saber quem és</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O que somos </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não tentes ser feliz</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não tentes saber o que é ser feliz</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Permita-nos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Permita-se</span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-89532634539193831992012-01-13T20:52:00.000-08:002012-01-13T23:31:21.780-08:00A república dos poetas.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"> Minhas ideias costumam ficar adormecidas na memória do computador. Este é um fragmento da história de personagens que rondam minha mente implorando por mais vida. Um dia acabarei... </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">A república dos poetas<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Percebendo o fim próximo de meu reinado e as novíssimas aspirações daqueles que falam agora em nome de meu povo. Entenda, que não quero aqui tirar do povo a vontade que os guia. Somente, se assim me refiro a esta vontade é por tratar destes que falam em nome do povo sem que preciso fosse qualquer forma de consulta prévia.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Voltando aos novos rumos de nossa amada terra, temos nos desdobramentos que seguem a mais revolucionária mudança de paradigmas sociais já encontrados: em um golpe desesperado de minha parte, busquei aliados que apesar da reserva com que me tratavam, ainda respeitariam meu nome e a tradição que haveria de carregar por muitos anos, ainda.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Se, eram leis que chegassem ao coração do povo que eles queriam, montei, eu mesmo, a nova constituinte formada pelos iminentes poetas de meu reino. Os dez ou doze nomes emprestariam seu talento para a constituição dos novos rumos da sociedade.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Segue, que na primeira reunião, os poetas declamaram discursos eloquentes que fariam estremecer qualquer monarquia ou regime que reconheça o valor de uma palavra.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">O primeiro a falar foi o ilustríssimo poeta Herculano Teixeira Sales que se dispôs em prosa sobre a questão da educação e da cultura:<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">-Nobres colegas, compreendendo a magnitude do distinto dever para o qual direcionaremos nossas energias e criatividade, sugiro que inauguremos este espaço tratando do que deve anteceder à todas demandas de nossas atuais preocupações: a educação.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">-Bravo! Bravo! Bradava o poeta Casimiro de Santiago e Brás em aplausos efusivos e solitários. Construiremos escolas – continuava em seu entusiasmo – criaremos leis e daremos aumento aos professores.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Pego de surpresa com o pueril entusiasmo de seu colega, Herculano Teixeira Sales tentou novamente definir seus padrões de modo a justificar a ação dos poetas na nova constituinte:<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">- Tenhamos sabedoria, companheiros, para que não nos escape a compreensão da razão de nossa existência neste magnífico espaço que é dar vida através da palavra aos anseios de nosso povo. Se falo em educação, deixo aos técnicos o número de escolas ou qualquer outro pormenor que não nos dispomos à competência. Falo do sentido a que daremos à educação e suas razões de ser, pois se vejo precedência na pasta, é por que não posso ver saúde ou previdência que seja entendido, se não dermos o dom de nossa palavra aos jovens que construirão este nosso novo país.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Sem precisar me alongar muito nos pormenores e nos desenrolares desta plenária, poderei ilustrar meu contentamento com os novos rumos de nossa conturbada política. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Meus sentidos se aguçaram ao perceber que com os poetas a frente das definições e das possibilidades sensoriais da vida de meu povo, teria eu, ainda, espaço na administração pública. E se o que queriam era a república, que assim seja. Teremos, então, uma república uma república repensada e redefinida pelos poetas. Quem mais poderia definir uma república orientada por moldes tão interessantes que permitiriam a atuação de um rei em tamanho contexto democrático.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Mesmo que banhado pelas novas ondas democráticas que assolaram meus domínios nos últimos anos, não consigo deixar-te à vontade para julgar os novos rumos de nossa recente constituinte devido ao entusiasmo o qual fui tomado e agora acabo por refletir nesta narrativa.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Os dias foram passando e os entusiasmados poetas (embora, voltando a ostentar seu peculiar espírito de sobriedade erudita) foram dando conta de suas atribuições. Faço um destaque especial ao modo como meus súditos se encantavam com cada aparição pública de seus novos representantes. De minha parte, continuei Rei. Um rei um tanto enciumado, mas ainda assim um rei que, se não era acalentado pelo hálito fervoroso das multidões em adoração, seria um rei em responsabilidades e atribuições.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">As leis surgiam em uma relação interessante que lhe conto: os poetas recitavam as vontades da população que eu transformava em leis (ou qualquer coisa que substitua uma necessidade não atendida) e os poetas cantavam as boas novas aos quatro ventos fazendo-as cumprir.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Comecei a entender na lógica de meus novos correligionários a essência do que era preciso para a vida. A palavra veio a ser meu novo padrão de vida. A partir do momento em que tracei minhas novas amizades, fui percebendo que os novos significados dados às minhas ordens não eram exercícios de retórica que serviam para enfeitar ou salientar o que era importante de ser ouvido. A poesia feita em leis falava mais das coisas do mundo, do que qualquer sentido que se possa buscar.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Os poetas se engajaram em seu velho e redescoberto papel nos novos rumos de nosso reino.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">As reuniões foram ficando cada vez mais interessantes e cada vez mais, pela poesia, andávamos a descobrir novos rumos para nosso tão sonhado destino de plenitudes. Não que andassem a recitar versos em plenário. O que tínhamos nas magníficas reuniões eram discursos em prosa e discussões acaloradas sobre tudo aquilo que dizia respeito à felicidade de meu povo e ao bom andamento das questões morais do reino. As questões burocráticas, os números e os deveres administrativos, para meu regozijo, eram deixados de lado e a mim, cabiam todos. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Ao ler esta carta deves estar se perguntando: o que teriam então estes poetas de especial, posto que se não recitavam, seriam retores, oradores ou sofistas e não poetas. Onde estaria esta tão importante particularidade para os rumos de uma nação.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Perdoe-me se pareço atrevido ou prepotente em conferir-lhe tal questionamento. Se o faço, entenda, é por não saber se meu amado leitor é entendedor de poetas ou se costuma se a ater às questões do coração. Prosseguindo à minha possível má educação, te digo que um poeta não está somente a versejar beleza ou a contemplar e criar rimas impensáveis para os não iniciados na arte da palavra. Um poeta é alguém que pode ver cada detalhe da alma humana e percebe cada resultado de cada união possível à estas almas. O poeta vê o mundo que ninguém vê. Aliás: o poeta vê o mundo que todos veem, mas ele sabe o que vê.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">A virtude do poeta não é fazer versos. A virtude do poeta é saber que a palavra é o que de mais solene se constrói sobre todas as coisas. A palavra é viva no sentido que a tudo confere, e absorve das coisas aquilo que se espera dela. É uma troca viva, onde a ela batiza e faz nascer o sentido, enquanto o sentido que ela deu é dado ao homem que devolve ao mundo em valores que ele aplica à coisa e estes valores vão para as palavras como quem deixa um pouco de si naquilo que fala e pensa.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">A palavra é sublime e humana, ao passo que é carregada de sentimentos, mas pode guiar os sentidos do homem como se não fosse do homem proveniente.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Note que tudo tem uma palavra. Inclusive, as coisas não batizadas são “coisas sem nome” – aí, são três palavras e o vazio de não ter o som próprio que a signifique. Enquanto a palavra pode existir sem objeto, canta-se um mantra ou recita-se um verso conferindo à palavra mais que o que ela teria para exprimir. A palavra é viva por assim o ser, enquanto tudo precisa de seu sopro para ser algo.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">Este aprendizado, não esquecerei e terei sempre a impressão de devo pensar mais nas palavras do que nas coisas que elas dizem. <o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-39714366059464490382011-12-02T20:59:00.000-08:002011-12-02T20:59:15.359-08:00Amor possível<div class="MsoNormal">Amar a humanidade<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Estranha opção<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Não quero amar a humanidade<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Não tenho amor gratuito a distribuir <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Amar a humanidade<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Não sei<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Não quero<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Amar a humanidade?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem a genialidade?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem a poesia?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem o gesto nobre?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem a força?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem beleza e sem magia?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Amar a humanidade <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem ver nela a luta por melhores dias?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem ser velho com lembranças?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Sem ser jovem com esperanças?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Amar a humanidade é como amar o ar<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">E não a brisa<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Amar a água sem a sede<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Amar a humanidade<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">É não querer amar de verdade<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-92155589886153587902011-10-10T07:22:00.000-07:002011-10-10T07:22:54.953-07:00<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sombra da dor que clareia<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sentido de ideias que se perdem <o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Olhos marejados<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ideias difusas como a luz na água<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Os olhos nada vêm<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Mas a sombra da dor clareia<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Não entendo vendo<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Não vejo às sombras formadas<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">O sofrimento apaga a visão<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sou externo a mim<o:p></o:p></span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Não vejo mais a luz que incendeia</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sou sentido na sombra que clareia.<o:p></o:p></span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-24550169330359154022011-09-14T11:33:00.000-07:002011-09-14T11:33:23.109-07:00muda alma muda<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">O silêncio tímido muda a alma<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">A alma muda,<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span> </span>mudada se nua<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">por isso, se veste <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">e disfarçando muda a nudez que o silêncio esconde<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">mas, <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">quando descoberta em desejo<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">prenha de vontade<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">grita, geme e fala alto<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">posto que<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Na verdadeira nudez<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span> </span>toda mudez desaparece<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-30438599634507337992011-09-08T21:04:00.000-07:002013-02-10T17:43:46.480-08:00Despedida onde não se pensa<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não creia na razão que dispensas ao falar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Dispense as memórias que não fazem rir<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O amor não reconhece argumentos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não cabe em “saber o que fomos”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando não somos algo a ser <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ver além, e pensar no futuro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É perder o sentido latente do rompante<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se viramos planos feitos de passados<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Virarei a página e me farei agora, agora!<o:p></o:p></div>
Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-91770633908715234392011-08-01T02:33:00.000-07:002012-06-12T13:50:17.739-07:00O Julgamento de Capitu<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Capitu e Bento foram concebidos nos mesmos sentidos em que se podem conceber as paixões. Suas construções ao longo da obra fazem florescer aspectos da vida humana em seus desejos, amadurecimento e, sobretudo, na descoberta do amor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Capitu dá sentido à trama pelos seus olhos de ressaca ou cigana dissimulada. Sua curiosidade e a sua tendência ao domínio a tornam apaixonante mais por emocionar os leitores a partir de suas vontades e da força do seu caráter do que por qualquer coisa que possa, simplesmente, representar. Bentinho é doce e apaixonado de uma forma ingênua e, ao mesmo tempo voraz. Ele é quem perde o controle enquanto Capitu planeja e carrega o ônus da espera. Sim, esperar quando se fica é mais difícil.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Entretanto, Capitu e Bentinho não existem ou existiram. O sentimento que nos é proporcionado se deve ao gênio do autor que usa seus personagens para descrever aquilo que deseja. O destino da ficção é falar coisas reais por caminhos criativos. Explico: a ficção representa. Enquanto os outros gêneros descrevem e tentam provar. A literatura ficcional, acompanhada da poesia experimenta as possibilidades sem compromisso de assumir uma verdade. Por isso, Bentinho não é teu vizinho a quem você espera algo e imagina que seus atos sejam motivados por algo externo. Suas motivações são internas e só se comunicam com o que vem da trama. De Capitu, nada interessa senão o que está escrito. Tudo o que se projeta, além disso, são desejos de quem lê. E quem lê, não tem o direito de interferir na obra do autor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Se me preguntam se houve a traição: a resposta é sim e não. Não que exista a dúvida, pois a situação exposta é clara. Ela traiu e não traiu, estando tudo bem exposto ao passo que é exatamente isso que dá significado à obra. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Pensar em uma possibilidade implica em tirar a dúvida de Bentinho. Logo, não haveria mais a confusão que o caracteriza na obra e nos leva à angústia dos personagens.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Se Capitu traiu, ela é culpada pela confusão de Bentinho. Se não, Bentinho estaria incorrendo em injustiças; e o livro não fala em culpados e injustos. O livro fala em possibilidades inerentes ao ato de amar dando destaque ao ciúme. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Todos os personagens da obra são magníficos e a sutileza da composição da dúvida é o ponto máximo deste exemplo da genialidade humana que é Dom Casmurro. Nossos vícios em procurar soluções, culpados, causas e consequências podem nos cegar ao ponto de não nos permitir extrair da obra o que ela tem de mais genuíno e interessante: a expressão do homem em seu melhor ângulo que é o externo. Ou seja, o ângulo do escritor que capta do homem aquilo que o homem tem para oferecer, mas só é capaz de descrever quem o vê de fora. Neste caso, o autor. </span><span style="font-family: Calibri;">Avida é vazia de sentido por precisar de propósitos que a signifiquem, enquanto a literatura é livre para expressar-se em sua própria dinâmica de sentidos. A arte não é refém da vida, ao passo que consegue ser externa a ela. <o:p></o:p></span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-28853186381898265142011-07-23T19:05:00.000-07:002011-07-23T19:05:35.751-07:00Amor em três atos-palavra<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><br />
</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;">I</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Pela alma que cravejas no papel<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Pelo sorriso que vejo em análogas formas<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Tua arte indica a mim teu corpo e teu espírito<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ao teu corpo, corro com a destreza de tua palavra<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ao espírito viajo nas entrelinhas que me ofertas<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Vivo cada sílaba, estribilho<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ou o que o valha<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sou amante do teu eu<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Bebo cada inspiração que jorra em teus versos<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Beijo seu rosto, página por página<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Acaricio teu corpo a cada poema lido<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Apago a luz<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Celebro-te <o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Amo-te<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">ll<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><br />
</div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Querido leitor,<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">O quanto podes me ver em versos,<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sou a resposta de teus olhos<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">A sedução que escolheste a padecer<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">O fruto da vontade tua de amar<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">O sofrimento imposto e colhido por ti<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Se escrevo versos que em meu nome me anunciam<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Existo logo em teu peito no desejo que esmeras<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Se em versos há de me amar,<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Vê meus versos e sê tua paixão<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ama-me<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Amando a ti.<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><br />
</div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ill <o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><br />
</div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">verdade<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Que escapa das mãos e faz versos<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">A verdade descoberta (possível)<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">O desejo humano<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> Sobrepondo o humano que deseja.</span>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-69740428537392837142011-07-22T07:13:00.000-07:002011-07-22T07:13:53.877-07:00cidade concreto<div class="MsoNormal">Quando naveguei entre pessoas e cidades<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Vi concretos dinâmicos como água<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Vi prédios e monumentos<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Tudo era mutante (mutável)<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Vitrais de igrejas <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Belos e nefastos<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Em cemitérios<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Túmulos ornamentados:<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Fins e histórias<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Ao opulente prédio<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Poder de uns<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Indiferença de outros<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Trabalho<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Lazer<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Para quem dorme, Marquise<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Abrigo como ponte ou laje <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Ruas<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Ruas<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Para quê tantas ruas?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Ruas de ir, de vir<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">De morte<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">De chegar<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Ou de somente andar<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Quando naveguei entre pessoas e cidades<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Tudo tinha várias formas<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">E a contemplar,<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">O homem de concreto<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-indent: 0cm;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 3;"> </span><o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-indent: 0cm;">Duro<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Estático<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Perene<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-54185362887014395622011-07-21T00:17:00.000-07:002011-07-21T00:17:54.337-07:00Todo verso<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Acordei disperso<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">No espelho, reverso<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">De olhar inverso<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Desejo perverso<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">Descobri:<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt;"><span style="font-family: Calibri;">A vida cabe no verso<o:p></o:p></span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-49673612830066393862011-07-20T23:51:00.000-07:002011-07-20T23:51:00.226-07:00olhos de ser<div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Em meus olhos não figuram formas<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Se candura<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Construo ternura, e beleza suponho crer<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Se medo<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vejo a forma do risco que me cerca<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Construo o forte no porte que me cabe<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Em meus olhos não figuram formas<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Vazio, é o mundo que me mostra a face<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Todas as cores são minhas<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Meu, é o universo infinito dos prazeres<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Se dói, é a dor de meu não querer<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Em meus olhos não figuram formas<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vejo o rosto sombrio<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não rio com a criança feliz<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não choro quando parte o amigo<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Em meus olhos não figuram formas<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">e quando julgo e penso que vejo<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">quando o outro parece se fazer presente<o:p></o:p></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">é quando não sei mais do espelho que carrego à mente<o:p></o:p></span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-23203091346442843842011-07-16T23:48:00.001-07:002011-07-17T00:11:34.819-07:00O poema que não foi<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Cá estou eu a ler “profissão de fé”<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Poema mal tratado e vilipendiado<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Que por obra e graça de meus mestres em letras<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Só lembrava parco pedaço<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">De tudo que nele tenho<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Só lembro, de ser quadrado<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Parei para ler.<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Belo poema, o profissão de fé.<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Andei pelos anseios pela pena e pelo cinzel<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Tão bom que quis fazer igual.<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Igualmente não capitolino<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Queria a forma do ourives e, a ela, me lancei<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Colhi palavras, pensei as rimas<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Pensei<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;"> imaginei e calculei<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Mas a palavra me desobedecia<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Fugia, corria e ficava onde queria<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Preciso terminar em “ar”, eu dizia<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Mas a palavra teimava<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Queria rimar “amar” com viver intensamente<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Queria rimar “sentir” com deixar-se conquistar<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">“Outro”, queria que rimasse com parte de nós<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Lutei, relutei<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Mas deixei meu poema viver.<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Afinal,<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Poema que imita ourives ganha forma<o:p></o:p></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: center;">Poema que imita poema ganha 100 anos de perdão<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-28860727728672967022011-07-15T15:40:00.001-07:002011-07-15T15:40:25.622-07:00Identidade<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Minha identidade não reconhece etnias<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Não fala idiomas<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Dos povos, só quer a vontade que o povo tem<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Minha identidade não lê regras<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Não se vê em grupos<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Dos encontros, quer a magia da entrega e da união.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Minha identidade não sabe o que é estética<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Não se afirma na arte<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Dos sons e das cores, quer o desejo de ir além. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Minha identidade não está no proletário<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Não sabe da política<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Das lutas, busca o brilho do suor e a vitória da liberdade<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Minha identidade não reconhece os países<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Não sabe das fronteiras<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Minha identidade <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">Sonha<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">E no sonho vive <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">O caminho da liberdade<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-17803153588190185342011-07-15T09:31:00.000-07:002012-06-12T13:44:41.927-07:00ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO (resenha)<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Gênero: documentário;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Direção: Peter Cohen;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Idioma: alemão;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Produção: 1989 / 1982<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Após uma breve introdução sobre a forma em que uma pequena comunidade de aldeãos se relacionava com o ideal nazista, a tomada aérea da pequena aldeia repleta de vegetação sugere de lugar isolado, por onde o ideal de pureza e suas significações começam a ser desvendados em sua origem e relação com a vida íntima de seus defensores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O filme “corta” para o registro da celebração do “dia da cultura”. O plano é o de um expectador e as imagens ficam mais agitadas, remetendo ao dinamismo urbano onde as ideias fazem parte de uma dinâmica política e os atores sociais se mostram efervescentes na vivência da nova realidade social alemã; em detrimento, do isolamento bucólico da primeira imagem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O registro do desfile é épico e reflete o ponto de vista de seu objetivo: a exaltação dos símbolos nazistas e da enaltecida liturgia nazista. Militares, cavalos, estandartes, personalidades públicas em tomadas alternadas com a plateia que aplaude e apoia a parada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ainda no desfile, temos registros que apresentam parte da problematização que irá se desenvolver ao longo do filme. A narração é acompanhada por imagens de estátuas representantes de um ideal estético, e tomadas de um ângulo inferior, o que aumenta a perspectiva em relação a seu tamanho e imponência. Vale o registro, que estas são imagens captadas com o misto propósito de informação e propaganda, sendo usadas no filme com o reconhecimento da relevância dos propósitos cinematográficos como relevantes para a compreensão não só dos fatos, mas das possibilidades de “narração” contemporâneas a eles. Desta forma, as fotografias e os vídeos oficiais explorados pelo filme remontam a própria vontade de Hitler em conferir à liturgia de seus eventos o ideal de perfeição estética. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O filme trata a ambição estética nazista em associação às projeções artísticas de Hitler e seus correligionários em uma superação da simples vivência artística enquanto elemento cultural dissociado das outras esferas da vida pública. A apropriação estética da arte é algo intrínseco ao próprio sentido da vida, sendo referenciado às ações humanas as concepções artísticas e a filosofia pela arte empregada. A própria arquitetura na pretendida nova Alemanha acompanharia a imponência no novo povo que surgiria. Um exemplo desta simbiose político-estética estaria contido na frase repleta de significados que proferiu Hitler: “só entende o nazismo, quem conhece Wagner”. O compositor é exemplificado também no filme em sua importância na composição do ideário nazista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em um tom documental, é retratada a posição dos artistas e teóricos partidários do nazismo quanto à mistura dos valores estéticos com a concepção de raça e saúde mental e física. Se a arte conceituava o mundo, Hitler tinha na antiguidade sua inspiração e obsessão. O ideal estético que ajudou a justificar a eugenia tem lá suas raízes e o ideal da representação de homem. A oposição à perfeição estética clássica era a arte moderna, a qual, chamavam de arte degenerada associada aos bolcheviques e aos judeus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando a limpeza era associada ao ideal nazista, o povo alemão era conclamado a assimilar sua higiene pessoal ao esforço do “corpo” alemão pela purificação da raça. Pelo “bem estar estético” e pela higiene pessoal, “arquitetura da destruição” mostra, que os operários poderiam se distinguir da ideia de uma classe que os unisse. A “melhoria” nos hábitos e na higiene os elevaria à semelhança aos burgueses. Assim, teria fim qualquer conflito de classes na Alemanha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A narração não expõe as imagens nem as descreve de forma exata. A associação entre as imagens, as músicas e a narração é feita independente, de modo que, como linguagens distintas que são passam de forma distinta as imagens que se comunicam no propósito documental do filme e na problematização das questões históricas colocadas e no desenvolvimento da auto conceituação nazista amparado em valores relativos à arte e a forma como isso desencadeou no genocídio nazista e em sua justificativa moral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A imagem ganha, assim, um valor não só documental / ilustrativo, como é capaz de “narrar” fatos e valores quando esmiuçadas no sentido de investigar quem as produziu ou quem as reproduziu. As intenções, as pressões sociais, as negações (no caso da negação nazista à arte moderna), a busca formal da arte e a consagração destes valores formais apontam caminhos mais que válidos para a compreensão das dinâmicas históricas do mundo em que vivemos e ajuda, acima de tudo, a reconstruir a história do mundo que não passa somente pelos grandes eventos em sua magnitude e registro. A relação do homem com a imagem nos fornece dados para entendermos quem era este homem que se relacionava com os muitos valores que as imagens podem retratar. Acima de tudo, é preciso entender o homem que participa do evento histórico para entender seus valores e anseios no sentido de reconstruir os alicerces da história e perceber que espécie de alicerces estamos a edificar.<o:p></o:p></span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-24688998544039429202011-07-14T23:15:00.000-07:002011-07-14T23:15:21.295-07:00Imagem poética ou poética da imagem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-meXfyV3sODw/Th1ohDz0juI/AAAAAAAAlhc/RYR3HAPYZno/s720/IMG_0464.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://1.bp.blogspot.com/-meXfyV3sODw/Th1ohDz0juI/AAAAAAAAlhc/RYR3HAPYZno/s320/IMG_0464.JPG" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">A arte tem o hábito e a vocação de reduzir os objetos do cotidiano para expandir os horizontes da percepção. A redução é a linguagem sutil que aumenta o tempo de vivência do ato e reconstrói as possibilidades da percepção do momento.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">Na poesia, as palavras formam uma elipse onde a linguagem poética reduz a palavra pela forma e na forma mostra as novas possibilidades daquilo que deixa de ser algo corriqueiro, passando a tomar novas faces que continuam a ser exploradas pelas novas palavras.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">O momento eleva a percepção e constrói um significado novo que expande o contexto do antigo, aplicando a nova ideia. Porém, a arte não transforma a percepção da vida, mas distrai o todo que atrapalha que vejamos a riqueza das coisas. A redução se torna, assim, a possibilidade do detalhe onde tudo é constituído, e pela constituição, a lógica de tudo.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-v6h35MKD0mE/Th1pYqqNYtI/AAAAAAAAlkw/HnGUr1ZLOqs/s512/IMG_0542.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-v6h35MKD0mE/Th1pYqqNYtI/AAAAAAAAlkw/HnGUr1ZLOqs/s320/IMG_0542.JPG" width="213" /></a>Um objeto reduzido em seu detalhe é a fuga da forma bruta do todo, que paradoxalmente precisa ser esfacelado para ser entendido. O todo vira contexto e o detalhe, a vida que existe no objeto. A poesia resgata pelas palavras o detalhe amplia os horizontes da percepção e da contemplação. Reduz o plano e aumenta o tempo.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">A fotografia, por sua vez, contrasta o universo com o foco do fotógrafo. Suas escolhas paralisam a imagem e fazem do detalhe a alma e a visão mais que possível de tudo o que é. As formas escolhidas pelo fotógrafo captam mais que os olhos, pois os olhos não sabem reduzir. Como não sabem reduzir, as palavras que não se propõe a serem poemas. A fotografia é o olhar além do olho, a percepção do homem que explica o todo pela parte e imortaliza o momento em que algo pôde ser visto, não podendo se deixar passar. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">O olhar fotográfico aumenta as possibilidades de visão, pois sabe reduzir o mundo ao seu detalhe.<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-37433688391191833322011-07-10T19:19:00.001-07:002011-07-15T00:33:37.310-07:00O quadro<div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm;">- O que pintas?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm;">- Um quadro para a posteridade.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm;">- O que é?<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm;">- Não sei. Acho que estou pintando algo que quero muito.<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm;">-Como podes não saber o que pintas se tão seguros e precisos são teus traços? Se chegares então a alguma forma, e se isso for o que desejas? Teu desejo será então póstumo à tua vontade de querer isso. Tirando, assim, o sentido de tua vontade. <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 0cm;">-Então, deixo aqui estes traços que ainda são abstratos, e chamo meu quadro de vontade, pois será póstumo como convém, agora, que seja; sendo presente por ser o querer que tenho, torna-se, assim, a vontade de querer. Depois, penso no querer que quero.<o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-55546069176941927322011-07-08T14:22:00.000-07:002011-07-08T14:22:37.108-07:00Socorro!<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam! Acudam!</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dizia o grito de socorro.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudir de quê?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Da fome alheia, da violência e dos assaltos</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vais me ajudar?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><br />
</div><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam! Acudam!</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dizia o grito de socorro.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudir de quê?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Das favelas, das multas e do caos aéreo.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vais me ajudar?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;"></span><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam! Acudam!</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dizia o grito de socorro.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudir de quê?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dos mendigos, do IPTU e das crianças de rua</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vais me ajudar?</span></div><br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam! Acudam!</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dizia o grito desocorro.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudir de quê?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Do trânsito, do camelô e do mau gosto da periferia</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vais me ajudar?</span><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div><br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam! Acudam!</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dizia o grito de socorro.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudir de quê?</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Das bichas, dos maconheiros e das más famílias</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Não vais me ajudar?</span><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div><br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam! Acudam!</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Dizia eu:</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 71.45pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;">Acudam o grito de socorro!<o:p></o:p></span></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-16645823110280796482011-07-08T13:41:00.000-07:002011-07-08T20:11:15.740-07:00A verdade poética de Catarina<p$1><p$1></p$1></p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><p$1></p$1></p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Com o mundo aos olhos, Catarina andava, </span></p$1></p$1></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">andava e procurava sempre andar mais.<br />
Catarina era a criança viva de passagem por parques, ruas e escolas.</span></p$1></p$1></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"></div></p$1><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina tinha olhos de ver o mundo de criança. </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina vivia o que via, e sentia que vivia</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina aprendera a verdade poética </span><br />
<p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina via o silêncio entre as palavras</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina sabia dos, olhos os olhos que viam Catarina</span><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina conhecia a verdade poética </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">A verdade dos gestos tímidos a grandeza do olhar perdido</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina não sabia, </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Mas via do mundo </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">mais que a estética que o mundo dá</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina não sabia da beleza das coisas</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina sabia da beleza, a destreza que se deve dar</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Sabia que de tudo o que via, via mais</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina andava e andava </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Andava entre as flores,</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Mas ,das flores, nada queria </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">A verdade poética de Catarina</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Era a mão que plantava</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">A vontade do olhar e o presente da amante</span><br />
<p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">andava por homens e carros</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Na visão da menina,</span></p$1></p$1><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;"> famílias, lutas e amores<o:p></o:p></span></p$1></p$1></div><p$1><p$1><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina<br />
não tinha a cidade parada dos prédios</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina queria o suor do trabalho, o lar e as marcas</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">(Quando marcas, deixadas eram) </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Do operário, as lutas das massas</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">O uniforme e a alegria da chegada em casa.<o:p></o:p></span></p$1></p$1></div><p$1><p$1><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina<br />
não via homens nem mulheres,</span><br />
<p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina<br />
tinha nas costas o caminho </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">caminho de quem andava a ver</span><br />
<p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Catarina cresceu</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">Descobriu a palavra</span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">A palavra poiese </span></p$1></p$1></div><p$1><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><p$1><p$1><span style="font-family: Calibri;">A palavra, de sua verdade.<o:p></o:p></span></p$1></p$1></div><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1274727028572841776.post-12733892630158086502011-06-29T12:05:00.000-07:002011-06-29T12:05:43.220-07:00Concreto formal e vísceras<div class="MsoNormal">De parto a parto<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Aparto<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Palavra<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Palavra da ideia<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Palavra palavra<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Parto da palavra<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Parto da palavra<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Faço palavra<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Palavra concreta<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Dura<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Dura palavra quebrada<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Que dura<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Dura o tempo do parto<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Parto da palavra pesada<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Parto para o mundo da palavra quebrada<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Parto para a coisa da palavra coisa <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">A palavra é coisa<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Parto <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">De palavra pesada<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Que mexe <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Palavra viva que é palavra<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Concreta<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">formal<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Vi a palavra pesada<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Crescente<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">viva<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Quebrada<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Que <o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Vi rá<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Vi<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">s ce rá<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Vi ral<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">Visceral <o:p></o:p></div>Fel Literáriohttp://www.blogger.com/profile/01740313803221491955noreply@blogger.com2