segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mudanças

Mudanças não são boas nem ruins, simplesmente, por que nada é bom ou ruim atoa.

Não esperem que uma mudança em sua vida seja benéfica por si mesma. Como se, por um passe de mágica, só o que precisamos é mudar para sermos felizes.

Mudanças são opções, escolhas e, sobretudo, caminhos. Mudar por si só, não muda nada. Não traz sorrisos, força, ou qualquer coisa que valha. Mudar só traz a mudança. Isso mesmo! Mudar significa não fazer mais as mesmas coisas, não ser a mesma coisa ou não estar no mesmo lugar.

Podemos mudar de amigos, mudar de casa, de família ou de emprego. Mas se a mudança não for um caminho a ser trilhado, não mudamos em nada. Não saímos do lugar e, pior, disfarçamos aquilo que tanto nos fez querer mudar.

Mudar exige mais que a vontade de deixar algo para trás. Exige a coragem de olhar para trás e encarar tudo outra vez. Exige reconhecer os erros e os acertos e, depois, mudar tudo o que pensamos sobre erros e acertos. Exige saber que erraremos tudo de novo e acertaremos tudo de novo. Mudar é olhar as pessoas de frente e saber o que elas significam, é se olhar pelos olhos das pessoas e saber o que você significa. Mudanças exigem a sabedoria de perceber o mundo a sua volta não pelos mesmos paradigmas, mas pondo novos olhares em tudo.
Para mudar de verdade, não devemos mudar as sombras e as feridas do que ficou para trás. Uma mudança não deve ser só um recomeço. A mudança exige respeito aos caminhos trilhados até então, pois se não, se tornam fugas vazias.
 O melhor da mudança é poder escolher o novo caminho baseado no velho. As vantagens de quem muda não são as mesmas de quem começa, pois quem muda traz consigo marcas de escolhas vividas. É como se pudéssemos navegar oceanos já tendo conhecido as estrelas que nos guiam.
 Para mudar, precisamos, acima de tudo, nos respeitar. Nos respeitar sem as certezas que tínhamos antes. Precisamos nos conhecer e saber que precisamos nos olhar de forma diferente. Mudar pode curar feridas, mas nunca deve apagar as cicatrizes.

Nossa memória é nosso mais valoroso bem. Pode não ser o mais confortável, nem o mais esplêndido; mas é o que temos de mais nosso. É o que somos.

Mudar não é ser outra pessoa. Não é deixar de ser o que somos. Mudar não é morrer! Nem tente! Não vamos renascer. E o melhor de tudo, é que ninguém precisa nascer de novo para ser feliz.

Mudar não é violento. Não requer radicalismos. Mudar é simples: é querer mais, querer diferente; é um "não querer mais" e um "não querer diferente".

Mudar é se por à prova. Provar para si que pode e quer viver mais e além. QUERER provar para si que se pode querer viver mais e além.

Mudar não é uma decisão de vida, pois em uma vida não existe uma decisão. Mudar é rever os caminhos. É pensar nos caminhos.

Acima de tudo, mudar não cura, não faz feliz, nem realiza sonhos. Quem faz isso é quem muda. 

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