sábado, 16 de julho de 2011

O poema que não foi

Cá estou eu a ler “profissão de fé”
Poema mal tratado e vilipendiado
Que por obra e graça de meus mestres em letras
Só lembrava parco pedaço
De tudo que nele tenho
Só lembro, de ser quadrado

Parei para ler.
Belo poema, o profissão de fé.
Andei pelos anseios pela pena e pelo cinzel
Tão bom que quis fazer igual.
Igualmente não capitolino
Queria a forma do ourives e, a ela, me lancei
Colhi palavras, pensei as rimas
Pensei
 imaginei e calculei
Mas a palavra me desobedecia
Fugia, corria e ficava onde queria
Preciso terminar em “ar”, eu dizia
Mas a palavra teimava
Queria rimar “amar” com viver intensamente
Queria rimar “sentir” com deixar-se conquistar
“Outro”, queria que rimasse com parte de nós
Lutei, relutei
Mas deixei meu poema viver.
Afinal,
Poema que imita ourives ganha forma
Poema que imita poema ganha 100 anos de perdão

2 comentários:

João do Corujão disse...

Parabéns. És realmente um POETA NO ARMÁRIO. Vou tirá-lo desse armário nem que seja a susto. Venha para o microfone e já. Terça que vem...
João Luiz
www.corujaodapoesia.com

Marcio Allemand disse...

Taí o ritmo que eu te falei, rapaz! Muito bom!