sexta-feira, 8 de julho de 2011

A verdade poética de Catarina

Com o mundo aos olhos, Catarina andava,
andava e procurava sempre andar mais.
Catarina era a criança viva de passagem por parques, ruas e escolas.
Catarina tinha olhos de ver o mundo de criança.
Catarina vivia o que via, e sentia que vivia
Catarina aprendera a verdade poética
Catarina via o silêncio entre as palavras
Catarina sabia dos, olhos os olhos que viam Catarina 
Catarina conhecia a verdade poética
A verdade dos gestos tímidos a grandeza do olhar perdido
Catarina não sabia,
Mas via do mundo
mais que a estética que o mundo dá
Catarina não sabia da beleza das coisas
Catarina sabia da beleza, a destreza que se deve dar
Sabia que de tudo o que via, via mais
Catarina andava e andava
Andava entre as flores,
Mas ,das flores, nada queria
A verdade poética de Catarina
Era a mão que plantava
A vontade do olhar e o presente da amante
Catarina
andava por homens e carros
Na visão da menina, famílias, lutas e amores
Catarina
não tinha a cidade parada dos prédios
Catarina queria o suor do trabalho, o lar e as marcas
(Quando marcas, deixadas eram)
Do operário, as lutas das massas
O uniforme e a alegria da chegada em casa.
Catarina
não via homens nem mulheres,

Catarina
tinha nas costas o caminho
caminho de quem andava a ver
Catarina cresceu
Descobriu a palavra
A palavra poiese
A palavra, de sua verdade.

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